Indústria Cripto vive do anonimato sem conselhos e auditorias independentes

Criptomoedas

Indústria Cripto vive do anonimato sem conselhos e auditorias independentes

As empresas cripto, – que operam no sector das #criptomoedas e blockchain -, podem seguir regras próprias e ter estruturas de governança diferentes das empresas tradicionais.

Se é certo que apesar de gozarem de alguma liberdade e actuarem segundo regras muito próprias, há princípios que deveriam ser fiscalizados, como por exemplo o facto de muitas delas não terem sequer um conselho de administração, apesar de supervisionarem milhões de dólares em activos todos os dias.

A Bloomberg, – empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro e agência de notícias operacional em todo o mundo com sede em Nova York – analisou 60 grandes empresas de #criptoativos no primeiro trimestre deste ano.

Destas 60, poucas são negociadas em bolsa e obedecem a certos padrões regulatórios.

Apesar de terem regras muito próprias, também é certo que muitas delas procuram estabelecer práticas de #conformidade e transparência para ganhar a confiança de usuários e investidores.

Se há quem opere sem um conselho formal ou #auditoriainterna e #auditoriaexterna independentes, também há casos de boas práticas de #governance #corporativa. Isso inclui a formação de conselhos consultivos, com a participação de especialistas da indústria, académicos ou profissionais experientes, que fornecem orientação estratégica e ajudam a tomar decisões importantes.

Quanto à #auditoria, algumas empresas #cripto contratam empresas especializadas em auditoria de blockchain para realizar verificações independentes das suas operações e finanças, que ajudam a verificar a precisão dos registos contábeis, a segurança dos ativos digitais e a conformidade com as normas estabelecidas.

É importante observar que o setor de #criptomoedas ainda é relativamente novo e está em constante evolução. À medida que o interesse e a adoção das criptomoedas aumentam, é provável que as práticas de governança e as regulamentações também se desenvolvam para atender às necessidades do mercado e fornecer maior segurança e confiança aos usuários e investidores.

De acordo com a Bloomberg, em finais do ano passado, antes de pedir a recuperação judicial, algumas das entidades do grupo FTX, de Sam Bankman-Fried, nunca tinham realizado uma reunião do conselho.

Também a Alameda Research, que tinha acesso livre aos ativos dos clientes da FTX para financiar suas apostas, tinha registos tão débeis que o próprio Bankman-Fried disse aos membros da sua equipa que os seus livros eram “inauditáveis”.

Neste momento, o ex-ceo é acusado de #fraude, lavagem de dinheiro e suborno de autoridades chinesas, ao passo que investidores e clientes perderam milhares de milhões de dólares.

Algumas jurisdições estão implementar regulamentações específicas para empresas #cripto , procurando proteger os investidores e promover a integridade do setor. Essas regulamentações podem incluir requisitos de auditoria e conformidade, bem como a criação de órgãos reguladores ou entidades de supervisão.

A ausência de uma governança corporativa e #duediligence nos registos da FTX deixou os observadores do sector das #criptomoedas apreensivos.

A análise efectuada pela Bloomberg pretendeu, precisamente, avaliar o estado de governança e #controles no sector, tendo concluído que ainda há muitas empresas que operam fora das normas.

De acordo com a Bloomberg News, todas as empresas receberam um questionário, o objectivo era quantificar as organizações de topo do sector que têm nos seus quadros auditores terceirizados e conselhos independentes. A agência revela que mais de metade das empresas forneceram respostas completas ou parciais; 17 não participaram e oito não responderam.

Os dados fornecidos permitem aferir que cerca de metade das empresas pesquisadas atualmente contratam um auditor independente para avaliar as suas contas; que 63% das empresas tinham um conselho de administração independente (com pelo menos um membro não executivo); das 60 empresas pesquisadas quase todas levantaram investimentos externos desde sua fundação.

Perante alguns casos que vieram a público nos últimos anos, envolvendo empresas de cripto, alguns países trabalham legislação mais apertada para disciplinar o sector, sobretudo no que à transparência e cumprimento das regras de #compliance diz respeito.

Os investidores estão cada vez mais exigentes e os reguladores revelam-se preocupados com uma proposta recente do procurador-geral de Nova York, no sentido de obrigar as plataformas de #criptomoedas a realizarem #auditorias públicas independentes.

Nos últimos anos, as auditorias têm-se revelado uma ‘pedra no sapato’ no sector das cripto, mas os investidores exigem pelo menos a realização de uma auditoria sempre que uma empresa atinge cerca de 20 milhões de dólares em receita anual.

E as empresas do sector apontam o dedo às grandes auditoras, dizendo que estas não se querem envolver com o sector, devido à falta de experiência com #contabilidade em blockchain e ao histórico de fraudes e escândalos da indústria de #cripto.

As gigantes, Binance e Bitfinex, citadas pela Bloomberg, referem nas suas respostas, que as quatro grandes empresas de contabilidade não estavam preparadas para trabalhar com o sector de #ativos digitais, e, é uma realidade que algumas empresas de auditoria resistem a trabalhar com o sector.

Por exemplo, o Mazars Group, sediado em França, interrompeu o trabalho que fazia com algumas empresas de cripto, alegando “preocupações sobre a forma como esses relatórios são entendidos pelo público”.

Com uma regulação débil na área das finanças, investidores e especialistas consideram que falta arrojo às #cripto para se modernizarem.

Recorde-se que, para negociar nos EUA, Reino Unido e Europa, as empresas são obrigadas a ter um conselho de administração.

Das empresas de cripto analisadas, 38 tinham um conselho com pelo menos um membro não executivo, ao passo que 10 empresas não possuíam, e 12 nem sequer responderam a essa questão, não tendo também disponibilizado informações publicamente.

Com a maioria dos países a trabalhar na regulação do sector, acredita-se que a governança corporativa estará, nos próximos tempos, no topo da agenda do setor.

O Reino Unido pode servir de modelo no que diz respeito aos padrões a implementar em outros países para os serviços financeiros, também a directiva Europeia MiCA (Markets in Cryptoassets) prevê vigiar a governança dentro das empresas #cripto que operam no seu espaço.

PCBSCampus tem diversas formações, com certificação internacional The CPD Certification Service, para capacitar profissionais em mais de 15 países, para trabalhar o sector dentro das regras de transparência exigidas em qualquer jurisdição.