Como é que especialistas detectam mentiras nas entrevistas?

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Como é que especialistas detectam mentiras nas entrevistas?

A detecção de mentiras é um campo complexo e multidisciplinar, que envolve elementos da #psicologia#neurociência#linguística e #comunicação. A psicologia desempenha um papel fundamental na compreensão dos processos cognitivos e comportamentais associados à mentira.

O comportamento não verbal é um aspecto importante a ter em conta num processo de detecção de mentiras. As pessoas frequentemente apresentam sinais não verbais de desconforto, ansiedade e tensão quando estão a mentir. Esses sinais podem incluir evitar o contacto visual, movimentos corporais rígidos ou excessivos, toques no rosto ou boca, alterações na voz e padrões de respiração irregulares. Os investigadores treinados podem observar esses comportamentos subtis para identificar possíveis mentiras.

Mentir geralmente aumenta o stresse emocional e cognitivo das pessoas, por isso a psicologia do stresse desempenha um papel importante na detecção de mentiras, dado que a mentira exige um esforço mental maior do que quando dizemos a verdade. O stresse associado à mentira pode resultar em respostas fisiológicas, como aumento da frequência cardíaca, sudorese e dilatação pupilar. Além disso, o stresse pode afectar o desempenho cognitivo, levando a lapsos de memória, dificuldade em se expressar de forma coerente e respostas contraditórias.

Os testes do polígrafo, também conhecidos como testes de detecção de mentiras, medem as respostas fisiológicas de uma pessoa (como batimentos cardíacos, respiração e suor) enquanto esta responde a uma série de perguntas. No entanto, o uso do polígrafo é controverso e não é considerado uma técnica definitiva para detectar mentiras.

A detecção de mentiras também envolve a compreensão dos processos cognitivos subjacentes. Quando alguém está a mentir, precisa de gerir a informação verdadeira e falsa simultaneamente, o que pode levar a inconsistências e contradições na sua narrativa. A psicologia cognitiva explora como as pessoas processam e armazenam informações, e como isso pode ser afectado durante a mentira.

Também as emoções têm um papel importante na detecção de mentiras. A psicologia das emoções estuda como as pessoas expressam e controlam as suas emoções durante o engano. A mentira pode causar emoções negativas, como medo, culpa ou ansiedade, que se podem manifestar através de expressões faciais, linguagem corporal e mudanças na linguagem verbal. Os investigadores procuram por inconsistências entre as emoções expressas e o conteúdo da história para identificar possíveis mentiras.

#psicologiaorganizacional e a #psicologia em geral também nos levam às técnicas de entrevista e questionamento utilizadas para detectar mentiras. Os investigadores treinados empregam estratégias específicas, como fazer perguntas abertas, repetir perguntas, utilizar técnicas de confronto e observar a linguagem verbal e não verbal para obter informações precisas e identificar possíveis mentiras.

É importante ressaltar que a detecção de mentiras é um desafio complexo e não existe uma técnica ou abordagem infalível. É necessário combinar várias técnicas e considerar o contexto específico para obter uma avaliação mais precisa. Além disso, o engano humano é uma falha normal, que não pode ser interpretado à letra como mentira.

Entrevistas e o combate à corrupção

#entrevistas eficazes têm um papel crucial no combate à #corrupção.

Há estratégias que devem ser usadas para realizar entrevistas eficazes, como, a mais importante de todas, uma preparação adequada por parte dos entrevistadores. Isso envolve estudar o caso em questão, reunir informações relevantes, analisar documentos e evidências disponíveis e identificar possíveis áreas de interesse para a entrevista.

Muito importante também é criar um ambiente no qual o entrevistado se sinta à vontade para falar a verdade. Isso pode incluir garantir a privacidade, demonstrar empatia e respeito, evitar interrupções e criar uma atmosfera de confiança.

Os entrevistadores devem empregar técnicas de entrevista apropriadas para obter informações relevantes. Isso pode envolver fazer perguntas abertas, permitir que o entrevistado conte sua história sem interrupções, usar perguntas claras e directas, e ouvir atentamente as respostas.

Observar a linguagem corporal e as expressões faciais do entrevistado pode fornecer pistas sobre a veracidade das suas respostas. Os entrevistadores devem estar atentos a sinais de desconforto, evasão, inquietação ou outras expressões não verbais que possam indicar possível engano.

Durante a entrevista é importante fazer perguntas detalhadas e comparar as respostas do entrevistado ao longo do tempo. Ao identificar contradições ou inconsistências nas informações fornecidas, os entrevistadores podem aprofundar a investigação e procurar mais evidências.

Técnicas avançadas de entrevista investigativa, como a Entrevista Cognitiva, podem ser utilizadas para melhorar a precisão e a quantidade de informações obtidas. Essas técnicas enfatizam a memória do entrevistado e ajudam a recuperar detalhes relevantes.

Entrevistas em casos de #corrupção muitas vezes podem ser complexas e demoradas. Os entrevistadores devem ser pacientes e persistentes na obtenção de informações importantes, devendo, se necessário, subdividir a entrevista em minientrevistas.

É importante lembrar que a detecção de mentiras e a condução de entrevistas eficazes são habilidades especializadas que requerem treinamento e experiência. O uso de profissionais treinados nessa área pode aumentar a eficácia das entrevistas e fortalecer o combate à #corrupção.

PCBSCampus dispõe de formadores especializados e de uma Certified Fraud Examiner (CFE), Andrea Moreno, em condições de formar com certificação internacional.